sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

MANTENHA (Alzira Cabral)

 
Filha do teu adultério
existo
queiras ou não com a mesma pele.
Exilada
sobrevivo contente
na terra dos sem cor.
Com a boa vontade que ganhei
das gentes daqui,
sem ressentimentos nem vergonha
cultivo a mentira da tua grandeza
no existir dos meus descendentes.
 
E mando mantenhas, oh terra
através dos meus poemas vermelhos:
 
A cor que me deste!

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